domingo, 20 de setembro de 2009

o juramento

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No Juramento, propriamente dito, o candidato se compromete a nunca revelar os mistérios da Maçonaria que lhe serão confiados, senão em Loja regularmente constituída, nunca os escrever, gravar, traçar, imprimir, ou empregar outros meios, pelos quais possa divulgá-los. E o juramento, por comprometer de forma definitiva aquele que o presta, empresta à Maçonaria seu caráter secreto e sigiloso, sob pena de se cometer perjúrio.
Somente após o candidato prestar o juramento de segredo é são comunicados os segredos do Grau de Apr.: M.:, ou seja os sinais, os toques e as palavras que permitem aos Maçons o reconhecimento entre si.
Não obstante os juramentos iniciáticos, Jules Boucher, autor de importantes obras sobre as ciências secretas, defende a opinião de que os segredos maçônicos devem ser compartilhados com os profanos, pois dessa forma, segundo o citado autor, a Maçonaria passará a ser encarada em sua verdadeira essência. Parece que tal posicionamento na verdade desvirtua a verdadeira essência maçônica, até porque, correríamos o sério risco de reconhecer um profano como Ir.:, já que nossos mistérios e segredos iniciáticos estariam ao alcance de qualquer um, tenha ele boas ou más intenções, em relação ao seu uso. As conseqüências daí resultantes são imprevisíveis.
Acreditamos que o fato de a Maçonaria ter dois aspectos distintos o Exotérico e o Esotérico faz com que as discussões sobre o Sigilo Maçônico não obtenham uma unanimidade, ou pelo menos, uma orientação única.
O aspecto exotérico (jurídico) lhe assegura a qualidade de sociedade civil e trata dos meios de organização da Instituição, seus regulamentos e princípios, que são públicos e de conhecimento geral. Essa característica faz com que certos setores considerem ser nossa Instituição apenas discreta.
Mas a característica mais importante da Maçonaria é o seu aspecto esotérico, que lhe confere seu perfil de associação moral e espiritual, o que vem a ser a verdadeira razão de ser da Instituição Maçônica. Aí estão incluídos seus Ritos, Liturgia, bem como o ensino simbólico e filosófico, que devem, por força do Juramento Iniciático, serem cobertos das indiscrições profanas.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CURIOSIDADES DA MAÇONARIA

http://andreia-andreiavieira.blogspot.com/A Maçonaria Exige o Cumprimento de Obrigações?

É evidente que, ao se iniciar na Maçonaria, o cidadão deverá assumir compromissos gerados como conseqüência de sua responsável participação na Instituição. Poder-se-ia exemplificar dizendo que o maçom assume o compromisso de estudar, com mente aberta, as instruções maçônicas, bem como, o de considerar confidenciais os ensinamentos recebidos e contribuir pecuniariamente para a manutenção de sua Loja. Em suma, haverá compromissos como existem em qualquer associação humana.

Depreendem-se daquilo que já foi exposto, que a Maçonaria é uma fraternidade, e como tal, existem taxas de registro e contribuição mensal destinadas a cobrir despesas da Loja e do próprio adepto, decorrentes de seu ingresso na Ordem Maçônica.

Sendo a Maçonaria uma entidade sem fins lucrativos a contribuição é mantida a nível mais baixo possível.

Assim, a filiação à fraternidade Maçônica não implica em qualquer tipo de sacrifício material entre os seus membros.

É fato incontroverso que uma das finalidades da Ordem é a de implantar sistematicamente na sociedade humana uma efetiva fraternidade entre os homens, isenta de qualquer discriminação.

Portanto, a Maçonaria propala no sentido de que cada um dos seus membros se esforce para considerar seus irmãos da Ordem como irmãos em Deus, e atue junto a eles com amor, tolerância, compaixão, solidariedade, isenta de sentimentos de superioridade social, sem que isso inclua necessariamente objeções financeiras, a qualquer pretexto.




Existe Ligação entre a Maçonaria e Outras Sociedades de cunho filosófico, religioso ou esotérico?

Não! A Maçonaria, sendo uma sociedade autônoma e independente, identifica-se pela sua Constituição e pelo seu Regulamento Geral, que seguem as tradições das antigas constituições.

É reconhecida através de seus símbolos e emblemas, e principalmente por tratados de reconhecimento mútuo com as demais Potências Maçônicas espalhadas pelo mundo.

Contudo, a Maçonaria observa em relação às demais sociedades fraternais, místicas, filosóficas e religiosas, um relacionamento fraternal de mútuo respeito.




Existe um grau de Escolaridade para ser Admitido na Maçonaria?

Absolutamente, não é exigido um grau especifico de escolaridade para ser admitido em uma Loja Maçônica. Costuma-se dizer até que a Loja fica mais completa e equilibrada, quando existe uma diversidade de profissões entre seus membros.

Todavia, as instruções são transmitidas, também através da palavra escrita (manuais), por conseguinte, é importante que o indivíduo não tenha dificuldades para leitura de textos, acessíveis a uma razoável escolaridade.




Maneira de Viver dos Maçons

A Maçonaria é, em resumo, a caridade para com todos. Seus membros procuram viver segundo a regra de ouro: "fazei aos outros aquilo que desejais que vos façam". Ser maçom é amar o seu país, servir à Deus com reverência, tratar os familiares com brandura e afeto, ter humildade, ajudar os fracos e desvalidos da sorte. Ser maçom é praticar as virtudes cardeais.

Tudo isto, e mais, constitui a Maçonaria como forma de viver, como farol a guiar-nos em todas as nossas ações.

Para realizar seus objetivos, a Maçonaria admite como membro, todo o homem que tenha um elevado senso de responsabilidade, e cuja palavra empenhada seja Lei para ele. Exige sacrifícios, não mais do que qualquer outra atividade que requer de um homem respeito por seus compromissos assumidos. As reuniões da Maçonaria são realizadas em locais denominadas Lojas, pelo menos uma vez por semana, no período noturno, cuja duração não deve ultrapassar duas horas. A família, do Maçom, terá todos os motivos para incentivá-lo a participar sempre das reuniões maçônicas, certa de que sua assiduidade proporcionará uma nova dimensão de viver, que poderá realizá-lo como cidadão, como pai, como esposo, como filho e como Irmão.

Ao tornar-se maçom, o cidadão poderá estar certo de que terá feito uma opção única em sua vida, porque, nas Lojas Maçônicas, estará participando de uma organização que obedece aos princípios de amor a DEUS, à Humanidade, à Pátria e à Família, pregando e propagando a Tolerância, o Respeito e o Amor Fraternal.




Os Princípios Maçônicos podem ser Discutidos?

O maçom é livre para investigar a verdade, portanto, pode discordar ou discutir os princípios maçônicos, notadamente, porque as instruções maçônicas não têm natureza dogmática.

Contudo, enquanto o novo adepto mantiver a condição de aprendiz ou aluno iniciante, a atitude mais adequada é a de estudar as regras e filosofia que farão parte do seu "currículo", com imparcialidade e sem preconceitos, sujeitando essas idéias à sua reflexão.

Após tal período, poderá aceitar ou rejeitar os postulados maçônicos, fazendo justiça a si mesmo e à própria Ordem.

Por tal princípio, o Maçom é livre para deixar a Ordem sempre e quando o desejar, em que pese que ao abandonar a Maçonaria, estará renunciando a uma grande oportunidade de evolução pessoal e de um convívio fraternal.

Pode-se afirmar, nesta oportunidade, que a sabedoria maçônica não é específica e estritamente de natureza científica. Pode-se afirmar que ela abrange o conhecimento científico, mas o transcende, ou seja, vai além dele, através do uso de uma função cognitiva direta e superior, que se sedimentou através dos séculos, muito tempo antes que fosse objeto de investigação científica.

Destarte, os motivos pêlos quais os postulados maçônicos não são divulgados destacadamente nos meios de comunicação social são facilmente compreensíveis, porque a corrente principal da sociedade está centralizada nos aspectos exteriores e passageiros da vida; objetivos materiais, políticos, econômicos, etc., enquanto que a Maçonaria tem por escopo o desenvolvimento moral, psíquico e introspectivo do homem.




sexta-feira, 4 de setembro de 2009

uma fábula


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Existe uma antiga história, uma Lenda Maçônica, que deve ser observada atentamente para o entendimento a União





O G:.A:.D:.U:. estava sentado, meditando, sob a sombra de um pé de jabuticaba. Lentamente o Senhor do Universo erguia sua mão e colhia uma e outra fruta, saboreando o fruto de sua criação. Ao sentir o gosto adocicado de cada uma daquelas frutas fechava os olhos e permitia um sorriso caridoso, feliz, ao mesmo tempo em que mantinha um ar complacente.



Foi então que, das nuvens, surge um de seus Arcanjos vindo em sua direção.



Diz a lenda que a voz de um Anjo é como o canto de mil baleias. É como o pranto de todas as crianças do mundo. É como o sussurro da brisa.

O Arcanjo tinha asas brancas como a neve: imaculadas.




Levemente, desce ao lado do G:.A:.D:.U:. e ajoelhando a seus pés disse...



- Senhor, visitei a vossa criação como pediste. Fui a todos os cantos, estive no Sul, no Norte, no Oriente e no Ocidente. Vi e fiz parte de todas as coisas. Observei cada uma das suas crianças humanas. Notei que em seus corações havia uma Iniciação, eram iniciados Maçons e que, deste a cada um destes, apenas uma asa. Senhor... Eles não podem voar apenas com uma asa!
O G:.A:.D:.U:. na brandura de sua benevolência, respondeu pacientemente a seu Anjo:

- Sim. Eu sei disso. Sei que fiz os Maçons com apenas uma asa.

Intrigado com a resposta, o Anjo queria entender, e voltou a perguntar:

- Senhor, mas porque deu aos Maçons apenas uma asa quando são necessárias duas asas para se poder voar... Para poderem ser livres?

Então responde o G:.A:.D:.U:. :

- Eles podem voar sim, meu Anjo. Dei aos Maçons apenas uma asa para que eles pudessem voar mais e melhor. Para poderem evoluir levemente... Para voar, meu Arauto, você precisa de suas duas asas: Embora livre, você estará sempre sozinho, ou será somente acompanhado pelos demais. Como os pássaros que, ao mesmo tempo estão juntos, e em seguida debandam.... - Mas os Maçons com sua Única asa, necessitarão sempre de darem-se às mãos e entrelaçarem seus braços, assim terão suas duas asas. Na verdade, cada um deles sempre terá um par de asas. Em cada canto do mundo sempre encontrarão um outro Irmão com uma outra asa, e assim, sempre estará se completando, sempre sendo um par. Dei aos Maçons a verdadeira Liberdade a cada um dei-lhe também, em Igualdade, uma única asa, para que desta forma, possam sempre viver em Fraternidade.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

o pentagrama

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Mistérios do Número 5 - O Pentagrama
Ensinos de Salomão - Qualidades do Homem Perfeito
O Verdadeiro Homem



"Aquele que sabe calcular com os números da natureza
encontra a relação eterna das coisas..."

Eckarthausen

mistério número 5
Quando bem compreendidos, os números tem outro significado
No início desta série de palestras, quando tratamos do simbolismo dos números, mostramos alguns aspectos da representação gráfica do número cinco, do pentagrama, ou estrela de cinco pontas. Vamos agora pôr em evidência mais algumas características dessa representação gráfica do número cinco.

O pentagrama, a estrela de cinco pontas, expressa graficamente importantes princípios inerentes ao número cinco. Esta representação gráfica é muito antiga, documentos bem anteriores à civilização hebraica mostram a estrela de cinco pontas como representação do cinco, pode ser constado que já na antiga China o número cinco (wu) era um número sagrado representado graficamente por uma flor de cinco pétalas.
Na China o simbolismo do cinco já se fazia presente nos primeiros registro do I- Ching, no Livro dos Ritos e no Livro das cerimônias. Foi na antiga China que este número foi associado aos 5 elementos da acupuntura, madeira, fogo, terra, metal e água, que por sua vez eram associados às cores.

Nas obras mencionadas, os chineses falavam de cinco pontos cardeais ( incluíam um quinto ponto, o meio ), de cinco cores primarias cada uma com cinco tons básicos. Para eles eram cinco os bens da felicidade: a riqueza, a longevidade, a paz , a virtude e a saúde; Cinco também as qualidades morais da humanidade, e cinco as coisas puras: a lua, a água, o pinheiro, o bambu e a ameixa. Citavam cinco graus de nobreza, cinco tipos básicos de cereais. e cinco punições nas das leis da antiga china.

Os japoneses citam 5 deuses da felicidade e os representam por cinco budas.

O pentagrama é um símbolo muito mais antigo do que se pode pensar. No Ocidente alguns pretendem afirmar que esse símbolo nasceu com Salomão, porém ele já era usado no Antigo Egito onde há registros em tumbas e sarcófagos.

O cinco era também um número sagrado gnósticos-maniqueístas.

Para os pitagóricos também era um símbolo sagrado que mostrava a harmonia entre o corpo e a alma, por isso era o símbolo da saúde. Era o sinal de reconhecimento entre os pictóricos. Os pitagóricos atribuíam virtudes especiais ao pentagrama porque é uma figura que pode ser construída uma linha única linha fechada entrelaçada. ser por isso um símbolo de perfeição.

Símbolo associado ao grau de Mestre Eleito da Maçonaria, do rito Escocês.

Talvez seja a figura mais freqüente nos instrumentos de magia e usado em amuletos instrumentos de exorcismo como se evidencia no episódio de encantamento contido no primeiro livro do "Fausto" de Goethe.

Com um vértice voltado para cima simboliza a magia branca, enquanto o a inverso, a "magia negra". A técnica usada na magia branca consiste em partir da ponta esquerda, seguir para a direita, de lá para a esquerda abaixo, e assim por diante, até a linha vinda da direita para baixo e retornar a ponto de partida. Na magia negra é o inverso. Na magia negra, no centro apresenta um bode a figura de um bode e na branca um G ou um Sol, ou uma figura humana. Na magia branca a figura humana está contra a cabeça para cima e na negra o inverso..


O pentagrama positivo ( Fig. 1) representa o ser humano bem plantado sobre seus pés e que trabalha, com suas mãos, seguindo a orientação de uma cabeça bem colocada: A inteligência é nele dominante, a claridade e a lucidez orientam os seus aptos.

O pentagrama invertido Fig. 2 é o símbolo de ser que anda de cabaça para baixo, isto é, nele a inteligência está submetida aos desejos.

Os chineses falam das qualidades do homem perfeito: Bondade, Justiça, Amor, Sabedoria, Verdade.

Salomão em seus ensinamentos também trouxe esse ensinamento seguindo-se ao ensino da pedra polida. Disse que os seis preceitos diziam respeito às reações do homem para com ele mesmo, que a partir do polimento da pedra cúbica o material estava preparado para o soerguimento do templo interior. Ensinou que é o AMOR É A GRANDE PERFEIÇÃO DIVINA.

Mostrando o pentagrama criou cinco condições que deve reger o ser humano em sua relação com os seres vivos:

Sabedoria: A pessoa deve buscar a sabedoria pela busca do conhecimento de tudo quando há. Deve saber pesar, medir e contar[1] tanto os valores físicos quanto os morais. Ter sabedoria é ter o domínio do conhecimento. Mas não é somente saber, é preciso saber como usar, ter domínio positivo sobre o saber. Saber sem uma utilização positiva é ruim

Tudo tem polaridade e assim sendo o conhecimento tem dupla polaridade e uma delas é a sabedoria. Salomão é a Sabedoria...

Salomão se celebrizou pela uma imensa sabedoria, tido como o mais sábios de todos os reis.

Verdade: Não pode haver justiça sem a verdade. Quantas injustiças ocorrem pelo desconhecimento da verdade!

Na administração da justiça Salomão procurava primeiro a verdade. Naquela citação bíblica em que duas mulheres disputavam a posse de uma criança da qual cada uma alegava ser a mãe verdadeira. Salomão usou a sabedoria para antes de administrar a justiça usou de um ardil para saber qual das duas mulheres era a verdadeira mãe.

Justiça: Ser sábio é ser justo. O conhecer não requer justiça, é possível o conhecimento com injustiça, mas não pode existir sabedoria sem justiça. Salomão é a Justiça......

AA Bíblia e outros livros sagrados falam da JUSTIÇA DE SALOMÃO.

Bondade: Não pode existir tratamento verdadeiro, justo e sábio sem bondade. É a bondade quem impulsiona a pessoa a procurar a verdade para efetivar uma justiça sábia.

Amor, é a coroa do ser, é a manifestação da sua essência cósmica O amor é Salomão...

Vale salientar que a ordem pode ser inversa. A bondade pode ser a causa da justiça, esta a causa da verdade e a verdade a causa da sabedoria. (Fig. 1 e 2).


Cada uma das QUALIDADES DO HOMEM PERFEITO é composta por cinco outras, por um segundo escalão de cinco, por exemplo: Desta forma existem cinco formas de amor; Paixão, amor carnal, amor conjugal, amor materno ( maternal/ filial ) e Amor Divino.

Do mesmo modo existem cinco níveis de bondade, cinco de justiça, cinco de verdade e cinco de sabedoria.[2]

Na iconografia cristã associam o cinco às 5 chagas de Jesus.


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Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.
email: thot@hotlink.com.br




Notas:

[1] - Na criação três elementos estão inerentes: Medida ( volume ); Peso (massa ) e número. Todas as coisas criadas têm massa, dimensão e por isso pode ser contado.

[2] - Vale como exercício descobrir os cinco níveis de cada coisa inerente não apenas às demais qualidades do homem perfeito como também a todos os níveis de relações entre a pessoa e o mundo. A vida se torna menos imprevisível desde que se conheça quais os desdobramentos possíveis de qualquer situação.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

maçonaria e história do brasil

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MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
"A História da nossa independência está intimamente ligada com a Fundação do Grande Oriente do Brasil, Obediência Mater da Maçonaria Brasileira." *Fuad Haddad
Apesar do farto material documental existente, pouco se publica sobre o papel importante, decisivo e histórico que a Maçonaria, como Instituição, teve nos fatos que precipitaram a Proclamação da Independência. Deixar de divulgá-los, é ocultar a verdade e conseqüentemente ocorrer no erro da omissão, que nem a História e nem o tempo perdoam, principalmente para com aqueles nossos irmãos, brava gente brasileira, que acreditavam, ou ainda mais, tinha como ideário de vida a Independência da Pátria tão amada. O objetivo principal, sem dúvida nenhuma, da criação do Grande Oriente foi engajar a Maçonaria na luta pela independência política do Brasil... Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma colônia Portuguesa, sendo explorada desde então pela sua metrópole, não tinha, portanto, liberdade econômica, liberdade administrativa, e muito menos liberdade política. Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu e descontentamento dos brasileiros. Iniciam-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil. Estampava-se em nosso País o ideal da liberdade. A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão. No início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos pensaram na independência política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreram, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez presente através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como: Cavaleiros das Luz na Bahia e Areópago de Itambé na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos de maçons. Nos dias atuais, os grandes vultos e os fatos marcantes da nossa história estão, na maioria das pessoas, adormecidos. O sentimento cívico esta distante e muitas vezes apagado em nossas mentes. Fatos e acontecimentos importantes marcaram o início da emancipação política da nossa nação. Retomemos os tempos idos e a alguns referenciais da nossa rica história.
- Início do século XIX ano de 1808 D. João e toda família real, refugia-se no Brasil em decorrência da invasão e dominação de Portugal por tropas francesas, encetadas pelo jugo napoleônico. Este fato trouxe um notável progresso para a colônia, pois esta passou a ter uma organização administrativa idêntica à de um Estado independente. D. João assina o decreto da Abertura dos Portos, que extinguia o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil começa a adquirir condições para ter uma vida política independente de Portugal, porém sob o aspecto econômico, passa a ser cada vez mais controlado pelo capitalismo inglês.
- Ano de 1810 Ocorre a expulsão dos franceses pôr tropas inglesas, que passam a governar Portugal com o consentimento de D. João.
- Ano de 1815 D. João, adotando medidas progressistas, Põe fim na situação colonial do Brasil, criando o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, irritando sobremaneira os portugueses.
- Ano de 1820 Cansados da dominação e da decadência econômica do país, os portugueses iniciam uma revolução na cidade do Porto culminando com a expulsão dos ingleses. Estabelecem um governo temporário, adotam um constituição provisória e impõem sérias exigências a . João (agora já com o título de rei e o nome de D. João VI), ou seja:
- Aceitação da constituinte elaborada pelas cortes,
- nomeação para o ministério e cargos públicos,
- sua volta imediata para Portugal. Com receio de perder o trono e sem outra alternativa, face as exigências da Corte (Parlamento português), D.João VI regressa a Lisboa (Portugal) em 26 de abril de 1821, deixando como Príncipe Herdeiro, nomeado Regente do Brasil pelo Decreto de 22 de abril de 1821, o primogênito com então 21 anos de idade ? PEDRO DE ALCANTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO CARLOS XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO SERAFIM DE BRAGANÇA E BURBON.
O Príncipe Dom Pedro, jovem e voluntarioso, aqui permanece, não sozinho pois logo viu-se envolvido por todos os lados de homens de bem, Maçons, que constituíam a elite pensante e econômica da época. Apesar de ver ser aceitas suas reivindicações, os revolucionários portugueses não estavam satisfeitos. As cortes de Portugal estavam preocupadas comas perdas das riquezas naturais do Brasil e previam sua emancipação, como ocorria em outros países sul-americanos. Dois decretos em 1821 de números 124 e 125 emanados das Cortes Gerais portuguesas, são editados na tentativa de submeter e inibir os movimentos no Brasil. Um reduzia o Brasil da posição de Reino Unido à antiga condição de colônia, com a dissolução da união brasílico-lusa, o que seria um retrocesso, o outro, considerando a permanência de D. Pedro desnecessária em nossa terra, decretava a sua volta imediata.
Os brasileiros reagiram contra os decretos através de um forte discurso do Maçom Cipriano José Barata, denunciando a trama contra o Brasil. O Maçom, José Joaquim da Rocha, funda em sua própria casa o Clube da Resistência, depois transformado no Clube da Independência. Verdadeiras reuniões maçônicas ocorrem na casa de Rocha ou na cela de Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, Frei Sampaio, no convento de Santo Antônio, evitando a vigilância da polícia. Várias providências foram tomadas, dentre elas: consultar D. Pedro; convidar o Irmão, Maçom, José Clemente Pereira, Presidente do Senado a aderir ao movimento e enviar emissários aos maçons de São Paulo e Minas Gerais.
Surge o jornal, "Revérbero Constitucional Fluminense", redigido por Gonçalves Ledo e pelo Cônego Januário, que circulou de 11 de setembro de 1821 a 08 de Outubro de 1822, e que teve a mais extraordinária influência no movimento libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência brasileira, despertando a alma da nacionalidade. Posteriormente a 29 de julho de 1822 passa a ser editado o jornal ? "Regulador Brasílico-Luso", depois denominado, "Regulador Brasileiro", redigido pelo Frei Sampaio, que marcou também sua presença e atuação no movimento emancipador brasileiro.
Na representação dos paulistas, de 24 de dezembro de 1821, redigida pelo Maçom José Bonifácio de Andrada e Silva, pode-se ler o seguinte registro: "É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens, possam consentir em tais absurdos e despotismo... V.Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder, perante o céu, pelo rio de sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência...".
- 09 de janeiro de 1822 Na sala do trono e interpretando o pensamento geral, cristalizando nos manifestos dos fluminenses e dos paulistas e no trabalho de aliciamento dos mineiros, o Maçom José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara, antes de ler a representação, pronunciou inflamado e contundente discurso pedindo para que o Príncipe Regente Permanecesse no Brasil. Após ouvir atentamente, o Príncipe responde: "estou pronto, diga ao povo que fico". A alusão às hostes maçônicas era explícita e D. Pedro conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o recado e permanecendo no Brasil.. Este episódio, conhecido como o Dia do Fico, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira.
- Em 13 de maio de 1822 os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo, e por proposta do brigadeiro Domingos Alves Munis Barreto, resolviam outorgar ao Príncipe Regente o título de Defensor Perpétuo do Brasil, oferecido pela Maçonaria e pelo Senado.
- Ainda em maio de 1822 aconselhado pelo então seu primeiro ministro das pastas do Reino e de Estrangeiros, o Maçom, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se, segundo o que só vigorariam no Brasil as Leis das Cortes portuguesas que recebessem o cumpra-se do príncipe regente.
- Em 02 de junho de 1822 em audiência com D. Pedro, o Irmão José Clemente Pereira leu o discurso redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa, que explanavam da necessidade de uma Constituinte. D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes. Desta forma, convoca a Assembléia Constituinte para elaborar uma Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro passo importante em direção à independência.
*- Em 17 de junho de 1822 a Loja Maçônica, "Comércio e Artes na Idade do Ouro" em sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranqüilidade", se constituindo nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do "Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano", que depois viria a ser denominado de "Grande Oriente do Brasil". José Bonifácio de Andrada e Silva (O Patriarca da Independência) é eleito primeiro Grão-Mestre, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador. O Objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria como Instituição, na luta pela independência política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras reuniões, onde só se admitia para iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se comprometessem com o ideal da independência do Brasil.
- No dia 02 de agosto por proposta de José Bonifácio, é iniciado o Príncipe Regente, D. Pedro, adotando o nome histórico de Guatimozim ultimo imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja Comércio e Artes.
- No dia 05 de agosto por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos trabalhos, foi aprovada a exaltação ao grau de Mestre Maçom que possibilitou, posteriormente, em 04 de outubro de 1822, numa jogada política de Ledo, o Imperador ser eleito e empossado no cargo de Grão-Mestre, do GOB. Porém, foi no mês de agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçom, tomou a medida mais dura em relação a Portugal, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento. Em 14 de agosto parte em viagem, com o propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, acompanhado de seu confidente Padre Belchior Pinheiro de Oliveira e de uma pequena comitiva. Faz a viagem pausadamente, percorrendo em 10 dias, 96 léguas entre Rio e São Paulo. Em Lorena, a 19 de agosto, expede o decreto dissolvendo o governo provisório de São Paulo. No dia 25 de agosto chega a São Paulo sob salva de artilharia, repiques de sino, girândolas e foguetes, se hospedando no Colégio dos Jesuítas. De São Paulo se dirige para Santos em 5 de setembro de 1822, de onde regressou na madrugada de 7 de setembro. Encontrava-se na colina do Ipiranga, às margens de um riacho, quando foi surpreendido pelo Major Antônio Gomes Cordeiro e pelo ajudante Paulo Bregaro, correios da corte, que lhes traziam noticias enviadas com urgência pelo seu primeiro ministro José Bonifácio. D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das noticias trazidas pelos emissários, pronunciou as seguintes palavras: "As Côrtes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal". A independência do Brasil foi realizada à sombra da acácia, cuja as raízes prepararam o terreno para isto. A Maçonaria teve a maior parte das responsabilidades nos acontecimentos literários. Não há como negar o papel preponderante desta instituição maçônica na emancipação política do Brasil. Desde 1815 com a fundação da Loja Maçônica Comércio e Arte, que daria origem as Lojas União e Tranqüilidade e Esperança de Niterói e a posterior constituição do Grande Oriente do Brasil em 17 de Junho de 1822, o ideário de independência se fazia presente entre seus membros e contagiava os brasileiros. À frente do movimento, enérgica e vivaz, achavam-se a Maçonaria e os Maçons. Entre seus principais Obreiros, pedreiros livres, de primeira hora podemos destacar: Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio da Andrada e Silva, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, o Bispo Silva Coutinho, Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos outros. Faz-se necessário também alçar a figura do personagem que se destacou durante todo o movimento articulado e trabalhado pela Maçonaria, o Príncipe Regente, Dom Pedro. Iniciado Maçom na forma regular prescrita na liturgia e nos rituais maçônicos, e nesta condição de pedreiro livre no grau de Mestre Maçom, aos 24 anos de idade, proclama no 07 de setembro a nossa INDEPENDÊNCIA. Posteriormente, no dia 04 de Outubro de 1822, D. Pedro comparece ao Grande Oriente do Brasil e toma posse no cargo de Grão-Mestre, senda na oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. No mesmo dia, Joaquim Gonçalves Ledo, redigiu uma nota patriótica ao povo Brasileiro, a primeira divulgação, depois da independência, que dizia: "Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a natureza nos grita Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede; resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado nacional..."
BIBLIOGRAFIA História do Grande Oriente do Brasil José Castellani A Maçonaria e as Forças Secretas da Revolução Morivalde Calvet Fagundes A Maçonaria na independência do Brasil Teixeira Pinto
Os Maçons na Independência do Brasil José Castellani A Maçonaria e a independência Brasileira Tito L. Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira A Independência e o Império do Brasil Melo Morais *Fuad Haddad é adjunto para o Rito Escocês Antigo e Aceito da Grande Secretaria Geral de Orientação Ritualística.
Fonte: Loja de Perfeição Estrêla de Brasília